Muammar Khadafi |
Não sou nenhum especialista em relações internacionais, mas não podia deixar de comentar sobre a crise política que atravessam os países árabes, em especial a Líbia. Nos últimos meses acompanho a constante luta dos povos contra os regimes impostos por ditadores em seus países. Mas o que mais tem mais chamado a atenção nestes dias tem sido o caso do ditador Muamar Gadafi, que até na grafia de seu nome tem obscuridade, veja algumas das formas já encontradas para o primeiro nome, Muammar, Mu'ammar e Moammar e, para o sobrenome, Kadafi, Gadhafi, al-Khaddafi, al-Qadhafi e al-Khadafi. O próprio comandante líbio parece preferir Moammar El-Gadhafi, Muammar Gadafi ou al-Gathafi. O ditador esta no poder desde 01 de setembro de 1969.
Antes da Líbia, a onda de protestos em países no Oriente Médio e norte da África, inspirados no levante que derrubou o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, também provocou a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, que estava havia 30 anos no poder. Os protestos se espalham também por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Síria, Arábia Saudita, Bahrein, Marrocos, Sudão e Omã.
Um avião utilizado pelas forças aéreas líbias |
A crise na Líbia foi motivada pela a queda de outros governantes, mas Khadafi, resistiu a pressão popular e seus fiéis seguidores partiram para a luta armada, matando civis, o que causou a revolta de militantes contrários que lutam de formam desordenada contra estas arbitrariedades. Os rebeldes acusam o ditador de vários crimes como evasão de divisas, de assassinar lideranças contrárias ao regime, dentre muitos outros já conhecidos na história de regimes deste tipo.
Perante a situação instável no país, vários países decidiram intervir pedindo a saída do ditador, aumentando a pressão sobre o regime. Khadafi em diversos pronunciamentos a TV Estatal, já avisou que somente sairá do poder morto, como um mártir. Durante o período de negociação internacional, o ditador aproveitou-se da situação e atacou os rebeldes, desarticulando o movimento contrário a ele. O que foi preponderante para que o Conselho de Segurança da ONU, exigisse o cessar fogo do governo da Líbia, e autorizou o uso de forças militares no dia 17 de março do corrente ano contra o governo de Kadhafi.
Manifestação contra Khadafi |
Após os ataques as forças rebeldes retomaram suas posições, apesar de bem sucedidos os ataques, o ditador ainda não acatou o cessar fogo, e promete ataques aos rebeldes se eles avançarem suas posições, avisando que estão armando seu povo para lutar. A situação é caótica, se parar e analisar, o país tem uma parte de sua população contra um regime contestado por sua conduta pouco confiável, em que investiu suas riquezas em armamento e seu líder tendo um enriquecimento além do comprovado, tendo investimentos em vários países como contas em paraísos fiscais, sociedade em empreendimentos como ações do clube de futebol Juventus na Itália, e a outra parte da população disposta a lutar armada contra os rebeldes. Nesse contexto temos a participação das forças militares internacionais contra o regime. O país vive em uma onda de insegurança muito grande, e no momento é impossível analisar os prejuízos causados por esta situação, e que rumo será tomado.
Mas o que podemos tirar de lição é valorizar nossa liberdade, nossa democracia (citada por Barack Obama em seu discurso ontem), o quanto estes povos tem lutado contra seus ditadores, pessoas sem escrúpulos, que governam para eles e empobrecendo seus países.
As perguntas são, qual será o destino deste país? Qual a melhor escolha da coalizão, nesse momento instável? Quem deve liderar a coalizão?
As interferências estrangeiras ate são necessárias para evitarem que um maluco use e abuse do poder e acabe com a vida de milhões.
ResponderExcluirMas a que preço vem essa ajuda?
Há quanto tempo o Kadafi está no poder? Por que só agora?
E mais, quantos ditadores até piores existem nos países mais pobres da África, como em Moçambique, Congo, Sudão, Zimbábue... em uma rápida pesquisa no google eu contei 16.
E em países onde o povo não tem a mínima chance de se manifestar, quanto mais depor um ditador.
Mas como esses países não são exportadores de petróleo, não interessam.
Somente na Africa do Sul, que é uma mina de diamante gigante, houve ajuda. Mas qual foi o preço?
Tudo o que vem sendo feito ao povo africano por décadas, faz o Holocausto parecer pequeno.
Mas os EUA e os Europeus somente participam vendendo armamentos.
Bom, esse assunto dava uns dois livros de exemplos, mas vou parar por aqui.
Gente, isso pode ter motivação econômica, mas a situação é que explodiu uma revolta popular e haverá um massacre caso não haja uma intervenção internacional, isso é fato.
ResponderExcluirConcordo que em vários outros países há a ditadura e ninguém faz nada, entretanto, neste caso específico a ação é providencial para que haja um cessar fogo imediato.
E eu ficou puto com o Brasil que é contra a intervenção da ONU. Então é assim f... que morram os inocentes e civis e que o cara cometa todas as atrocidades sem intervenção de ninguém? O Brasil não é a Suíça, mas quer ser...
Minha opinião sobre o caso, que estas situações somente afloram pela ajuda internacional após o país entrar em caos e influenciar na questão econômica, na coalizão temos vários fornecedores de armamento como a França e os EUA...
ResponderExcluirA verdade que temos muitos países passando por sérias crises devido a seus regimes e somente agora a ONU se manifesta, quando existe o derramamento de sangue.
Na verdade, nisso tudo parece ter alguma motivação macabra.
Uma pena, que nos dias de hj, num mundo dito globalizado, vejamos situações como estas.
Eu não sou contra a intervenção internacional.
ResponderExcluirMuito pelo contrário, no momento é essencial.
Mas nas circunstâncias é um pacto com o demo... ele ajuda, mas cobra depois.
Fico muito preocupado com esse tipo de intervenção, tivemos os casos do Iraque e Afeganistão, que após a destituição do poder, os países nunca mais conseguiriam atingir o seu equilibrio. O que me faz entender que a coalizão tem o papel somente de tirar uma pedra do caminho, e deixam os países sem nenhum tipo de apoio na sua reconstrução.
ResponderExcluirGente, quando a Assembléia Geral da ONU aprovou a resolução de intervenção militar em países em conflito foi para garantir a segurança de minorias étnicas que estavam sendo massacradas por outras etnias.
ResponderExcluirFoi o caso, por exemplo, de Ruanda e Somália. Só nessa situação a intervenção militar é legítima. E este não é caso da Líbia.
Há sim um conflito no país, como há em tantos outros. Mas não a ponto de justificar tal ação militar, mesmo porque se trata de uma guerra civil que tem de ser resolvida pelas partes envolvidas. E só por elas. Mesmo porque não foi provado que havia (ou há) no país qualquer massacre em massa. Se isso tivesse ocorrendo, seria seguramente veiculado pelos jornalistas (e olha que são muitos) que lá se encontram. E isso não aconteceu até o momento.
O que está acontecendo na Líbia é uma verdadeira violação dos direitos humanos e do direito a auto-determinação dos povos. Foi por isso que a ONU foi criada.
Sei que o assunto é polêmico, mas essa é minha posição.
Zém,
ResponderExcluirConcordo com vc, na verdade temos uma demonstração que os interesses economicos estão acima de tudo. Infelizmente a Líbia irá sofrer um doloroso processo de deposição do regime, que deve ter sido contra algum interesse obscuro destes países, e sofrerá com o legado deixado por essa coalizão.