domingo, 15 de maio de 2011

O Brasil que dá certo


Numa viagem espacial, a parte mais difícil é escapar do campo gravitacional da terra. 

Para que as viagens ocorram, é necessário que 95% do peso de um foguete espacial seja preenchida com combustível e oxidantes. 

Restam portanto, apenas 5% da capacidade do foguete para levar materiais de pesquisa e outros equipamentos.

A nova tecnologia que está sendo desenvolvida, resolveria esse problema. Trata-se da propulsão a laser. 

Com essa nova tecnologia, a energia para empurrar o foguete não viria desse mesmo combustível, e sim de um feixe de laser instalado no solo e apontado para a traseira do foguete. 

O princípio, só que numa escala muito maior, é o mesmo de quando apontamos uma lupa para focalizar o sol e queimamos uma folha seca.
O laser atingirá a parte de trás do foguete, aquecendo o ar para criar um plasma e impulsionar o veículo espacial.

Assim, poderá ser usado 50% da capacidade de carga da nave, ao invés dos atuais 5%. E o custo cairá de U$$20.000.00/kg para U$$ 200/kg.

 E a partir daí, com a diminuição dos custos e um aumento significativo da facilidade de se fazer viagens espaciais, a imaginação será o limite.

Mas, o que temos com isso?



Tudo, eu diria.

Toda essa tecnologia foi criada e está sendo desenvolvida no Instituto de Estudos Avançados (IEAv), organização da Força Aérea Brasileira.

Mas você viu essa notícia nos jornais? 

O Brasil é um País com baixa estima. 

Você conhece pela mídia os problemas do tráfico, da violência, corrupção, assuntos que realmente precisam ser divulgados.  
Mas e os nossos avanços científicos? São divulgados? Não, ou muito pouco.

O brasileiro Miguel Nicolelis, 49 anos, é um neurocientista que desenvolveu uma técnica que pode curar o mal de Parkinson e foi indicado para ganhar o Prêmio Nobel.

Miguel trabalha em áreas de estudo como tato, gustação, sono, epilepsia, esquizofrenia, mal de Parkinson e já tem mais de 150 trabalhos científicos publicados nos melhores periódicos científicos do mundo.

E ele não parou por aí, Nicolelis conseguiu criar próteses robóticas ligadas ao cérebro. Ainda em fase de estudos, essas próteses poderão vir a ser quase tão fieis quanto os membros originais. Recebendo ordens do cérebro e pasmem: mandando sensações como quente, frio, apertado...etc.

Pois é, todo mundo sabe que é o Fernandinho Beira Mar, mas pouquíssimos conhecem Miguel Nicolelis.

E aqui e por todo esse mundo afora, vemos brasileiros fazendo história em todas as áreas:

Thaisa Storchi Bergmann, 48 anos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Sua maior descoberta, um disco nuclear em uma galáxia, ajudou a entender o funcionamento dos buracos negros. 
Ela participou do descobrimento de uma lei, utilizada 
por astrofísicos de todo o mundo, que descreve o comportamento da poeira cósmica.


Mayana Zatz, 56 anos, Universidade de São Paulo. Especialidade: Biologia molecular e genética.

Descobriu a enzima responsável por um tipo de distrofia muscular. Participou da descoberta de seis genes ligados às doenças neuromusculares. 

Também aperfeiçoou métodos de diagnóstico precoce e testes que permitem descobrir a probabilidade de um casal ter um filho com a doença.



Jairton Dupont, 45 anos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialidade: Química 

Desenvolve líquidos iônicos, substâncias utilizadas como solventes ecologicamente corretos na indústria petroquímica. 
O trabalho de Dupont, feito em parceria com a Petrobras, ajudou a colocar o Brasil em segundo lugar entre os países mais avançados nessa área da química

 Anibal Eugênio Vercesi, 58 anos, Unicamp, Bioquímico
Participou das pesquisas que mudaram alguns dos conceitos básicos sobre a mitocôndria, a usina de energia das células. Aprofundou os estudos que relacionam a atividade da mitocôndria à morte celular, com aplicação no desenvolvimento de drogas contra o câncer e doenças imunológicas




Elson Longo, 63 anos, Universidade Federal de São Carlos.
Desenvolveu um filtro de energia elétrica (utilizado nos postes de luz) com o dobro da vida útil dos convencionais. É um raro exemplo de pesquisador brasileiro que transforma ciência em produto. Trabalha também com nanotecnologia, desenvolvendo filmes finos, usados em memórias de computador.
Carlos Emanuel de Souza, 51 anos - Laboratório Nacional de Computação Científica.
Desenvolveu técnicas eficientes de controle automático, que são aplicadas em pilotos automáticos de aviões e em satélites. Trabalhou durante doze anos na Universidade de Newcastle, na Austrália, um dos mais reputados centros de automação do mundo.






Infelizmente, alguns desses e tantos outros gênios produzidos aqui, tem que trabalhar fora do Brasil. 

O País investe 200 mil reais por ano na especialização de cada um desses profissionais, mas não dá suporte para desenvolverem seu trabalho. Um absurdo.

Eles poderiam estar ajudando a formar novos quadros aqui, além de desenvolver novas tecnologias em empresas nacionais.

Aos poucos esse quadro vai mudando, mas de forma muito lenta. 

Enquanto não houver um suporte para que os cientistas brasileiros criem, divulguem e desenvolvam seu trabalho aqui, o Brasil estará muito longe de entrar no primeiro mundo.
E no momento em que esses trabalhos não são divulgados como deveriam, deixam de encantar e seduzir jovens promissores em todo país.

E todos nós perdemos.

2 comentários:

  1. Excelente texto.Muito esclarecedor. Quanto aos jornais e a grande parte do público, preferem o que dá errado, o que não presta ao Brasil que dá certo. Lamentável.

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  2. Concordo plenamente,e o pior que isso aconteçe em todo o pais:um exemplo:
    quando uma criaça fala pra mãe que quer ser um astronauta a mãe da uma risadinha,i ainda pensa,coitador do meu filho.
    ou seja não dar uma pespectiva do futuro ,dando a ele só opotunidade como catador de lixo,ou zelador,(não que essas areas sejam menos importates,de geito nehum)sei lá,o gorveno não ajuda a pessoa viver,trabalhar no que gosta.o governo que escavrizar o povo brasileiro,isso é a verdade.

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