segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fé demais.

Engenheiro Paulo de Frontin é uma cidade pequena e precisa de muitas coisas. 

Mas definitivamente, não precisa de mais igrejas.


Temos mais de 100 nessa cidade de 12 mil habitantes. Ou seja, no mínimo uma igreja para cada 120 habitantes (contando as crianças).

Em uma cidade com um comércio fraco, onde o comerciante luta para se manter por conta do pouco dinheiro circulando, perdemos e continuamos perdendo a cada dia, grandes espaços para a mercantilização do Evangelho.

Instituições que não pagam impostos, não geram receita para o município e ainda levam o dinheiro da cidade embora, acabam enfraquecendo cada vez mais a nossa tão frágil economia.

Lógico que os templos não são as culpados pelo fraco comércio e pouca movimentação de dinheiro na cidade, mas acabam prejudicando e muito.

Espaços como os ocupados pelas igrejas no pequeno centro da nossa cidade, poderiam abrigar comércios de todos os tipos, gerando renda, empregos e movimentando a economia local.

Nesse momento, temos a construção de mais duas, uma enorme no centro da cidade e outra em um bairro perto do centro. E nem os trabalhadores que as estão construindo são daqui.  

Isso não é uma crítica absurda, há a mesma preocupação em várias cidades, tanto que já existe um projeto de lei no congresso que visa incentivar a compra de cinemas e teatros para evitar se tornarem templos religiosos.

Há debates acontecendo na cidade do Rio de Janeiro, onde se discute uma maneira desses novos templos não atrapalharem o desenvolvimento dos bairros. E existem estudos que mostram que essa proliferção afeta de alguma maneira a economia.

Eu não sou contra a fé e nem contra as Igrejas.   

Eu não vejo é a necessidade de se levantar cada vez mais templos religiosos no centro de uma cidade que tem barreiras geográficas dificultando o crescimento, enquanto existem tantas áreas desocupadas longe do centro.

Isso, sem entrar no mérito de algumas dessas igrejas visarem exclusivamente o lucro.

Dinheiro que será tirado daqui e que não voltará.




2 comentários:

  1. A mercantilização do evangelho define bem a coisa. Mas ainda acrescentaria a falta de políticas adequadas nos mais diversos setores, da saúde à educação, passando pelo desenvolvimento econômico, que levam uma população de baixa escolaridade, com uma cultura fraca, rendimentos mínimos e índices graves de dependência química a serem exploradas por "lobos em pele de cordeiros", vestidos com os melhores ternos e seus livros religiosos como salvação para todos os problemas da sociedade "mundana". A prática da comercialização religiosa tem que ser combatida por "quem tem o poder", só que esta interferência gera resultados diretos nas urnas, e sendo assim, infelizmente, a coisa só tende a piorar.

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  2. Eu discutia com o Nauro que faltava algo para complementar esse texto. Depois desse comentário, não falta mais.

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