segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nossa carga tributária.

Se tem algo que realmente me incomoda, são os impostos.
Recentemente, a revista Época publicou uma reportagem dando exemplos do quanto pagamos de impostos em alguns produtos.

Pra isso, usou como base principal o Corolla da Toyota.
Se você, for comprar esse carro 0km pagará por ele cerca de R$ 75.000,00, sendo que desse valor R$ 9.000,00 são impostos estaduais e R$ 22.500,00 são os impostos federais.

Sendo assim, o preço final de um Corolla sem impostos no Brasil, sairia a R$ 43.500,00.

Na revista eles fazem uma comparação de preços com os EUA, mas não vou chegar a tanto.

No México, país com um nível de desenvolvimento semelhante ao nosso, você pode comprar esse carro por R$ 37.210,00.
Pois bem, lá você compra dois Corollas e ainda sobra dinheiro pra encher o tanque umas 5 vezes.

Mas veja bem, encher o tanque 5 vezes aqui no Brasil.

Pois no mesmo México você completaria o tanque 10 vezes, pois pagaria R$1.55 no litro de gasolina.
Ou seja, um tanque de gasolina com capacidade para 40 litros seria completado por R$62,00 enquanto no Brasil seriam R$108,00 sendo que R$56,00 desse valor, são os impostos.

Basta comparar no Google, mas se você for usar seu computador pra isso, saiba que você pagou nele 24,30% de imposto.

E enquanto lê isso, você se revolta e vai até sua geladeira tomar um copo d água.
Aquela geladeira que te custou por volta de R$ 1600,00 e você pagou R$ 592,00 só de imposto.
Vamos continuar comparando:
Na Índia, outro país em desenvolvimento, essa mesma geladeira custa R$600,00. Quase o que você paga aqui somente com os impostos.
Acha pouco?
Então olhe só:
Se você for construir uma casa simples, que custe no final cerca de R$ 100.000,00, chuta quando desse valor vai para os cofres do governo?
R$ 49.500,00.
Isso mesmo. Quase metade do que você gasta para construir uma casa são para os impostos.
E a piada aumenta quando falamos em alimentação. O Brasil faz o absurdo de cobrar imposto na cesta básica.
No Rio de Janeiro, o valor da cesta básica, hoje, é de R$ 216,36 e os impostos sobre seus produtos chegam a 35%.
Então o assalariado que compra os produtos da cesta básica, gasta quase 15% do seu salário com os impostos dela.
Ao contrário do I.R onde quem ganha mais, paga mais, o empresário Eike Batista, paga o mesmo valor de impostos em 1kg de feijão que um assalariado.
Sem falar no material escolar dos filhos que mordem cerca de 40%.
É piada, ou não é?
O que falta para a tão sonhada reforma tributária no nosso País, é vontade e vergonha na cara.
Porque está provado que os cofres públicos não sentiriam tanto a diminuição dos impostos.
Vejam um exemplo:
Na redução do IPI para carros 0km o governo deixou de lucrar, nos primeiros meses do ano, 44% do que lucrava no mesmo período do ano passado , para ser mais preciso, entraram R$ 752 milhões nos cofres públicos referente a este imposto.
Já as demais alíquotas recolhidas sobre os veículos, como ICMS e Pis/Cofins, aumentaram, totalizando um ganho de R$ 701 milhões.
Por fim, uma conta um pouco mais complicada. Segundo analistas, sem a medida adotada pelo governo a fim de estimular a venda de automóveis, as vendas cairiam em cerca de 21% e a arrecadação total de impostos ficaria na casa dos R$ 6,97 bilhões, ou seja, 10% a menos que os R$ 7,67 bi “coletados” no mesmo período de 2008.
Se deu tão certo, porque foi uma medida provisória?
Deve ser justamente por isso, porque deu certo.
E para finalizar, engana-se quem acha que o Brasil é o campeão de impostos.
A grande campeã é a Dinamarca, onde paga-se de impostos 50% a 70% da renda.
Mas só tem uma pequena diferença. O Dinamarca investe 9% do PIB em educação (no Brasil é menos da metade disso) e 20% em saúde (contra 4% no Brasil).
Todo o ensino é gratuito, sendo 10 anos de escolaridade obrigatória.
Os impostos financiam até mesmo os cursos superiores onde os estudantes ainda recebem uma ajuda de custo do governo para que não precisem trabalhar e estudar ao mesmo tempo.
Todos os hospitais são gratuitos e qualquer tratamento especializado é franqueado pelo governo.
Se um cidadão tiver alguma doença crônica, o tratamento assim como os remédios são subsidiados.
E são só alguns exemplos.
Sendo assim, se não for falta de inteligência e boa vontade, o que falta então?
Não são promessas, pois essas vem desde quando os militares governavam o País.
E enquanto isso, quem ganha até 2 salários mínimos trabalha 197 dias por mês para pagar impostos.
Infelizmente, passou a ser uma Utopia pensar em reforma tributária.
Fontes de pesquisa: Revista Época e Associação Nacional de Veículos Automotores (ANFAVEA)


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