segunda-feira, 5 de março de 2012

Nosso caos de cada dia.

Antônio Carlos Magalhães governou o Estado da Bahia por décadas,  sendo eleito através da opressão, do medo, da perseguição e principalmente, por conta da manutenção do empobrecimento físico e mental de "seu" povo.

A história nos mostra que ACM é apenas um, entre tantos líderes que se perpetuaram no poder usando táticas parecidas.

Em um âmbito maior, lembramos dos conquistadores espanhóis, que assim como quase todos os colonizadores do mundo, conquistaram novos reinos destruindo a identidade do povo e os fazendo dependentes.

A tática dos colonizadores era destruir a cultura dos nativos, cortar sua fonte de água e alimentação para que fossem os únicos a possuí-los e assim, ter o povo nas mãos. 

Os Astecas, por exemplo, eram os povos mais avançados da América. Dominavam a matemática, a agricultura e a  astrologia com uma capacidade que não existia na Europa antiga. 

Tudo perdido após a colonização espanhola.

A tática da humilhação, da dependência e do enfraquecimento cultural e intelectual do povo sempre deu certo. 

Como seria hoje, o México, sem a presença dos colonizadores espanhóis no seu passado?

Como estaria a Bahia se não houvesse existido ACM?

E nós? Como estaríamos?

Sim, nós.

Nós, Frontinenses, também fomos de certa forma colonizados. 

Há mais de duas décadas estamos nas mãos da mesma família, do mesmo jeito de pensar e da mesma maneira de se manter no poder.

Como esses povos, perdemos nossa identidade, perdemos nossa auto estima, assim como nossa cidade perdeu a capacidade de se auto-sustentar.
Perdemos nossa identidade a partir do momento em que vemos pessoas queridas morrendo por falta de um pronto socorro e nos conformamos.

Perdemos nossa identidade quando ficamos meses a espera de um simples exame e achamos que é normal.
Perdemos nossa auto estima quando não temos empregos, ou quando uma porta de um comércio se fecha por não conseguir se manter na cidade.

Perdemos nossa auto estima quando vemos crianças comento arroz, feijão e ovo nas escolas, com professores ganhando uma miséria e tendo suas perspectivas de melhora, como o Plano de cargo e salário destruído por quem não está nem aí.

Perdemos nossa praça, perdemos o Cristo, estamos perdendo nossas estradas, cada dia mais esburacadas enquanto se aplaudem as obras superfaturadas e desnecessárias que explodem pela cidade e elogiam shows patrocinados pela Light e que ninguém viu e ninguém sabe quanto foi o valor do patrocínio.  -  mas todos sabem que é proibido esse patrocínio no carnaval.

Perdemos nossa capacidade de se auto sustentar, quando temos como maior fonte de renda da cidade, a prefeitura. 

Uma renda escolhida a dedo, pois pipocam contratados nessa época de eleição enquanto concursados não são chamados. Política meus caros, no seu pior exemplo. 

Perdemos  nossos bairros, por puro descaso, por politicagem e poucos levantam a voz.

Talvez estejamos perdendo nossa vergonha na cara quando ficamos sabendo de denúncias e mais denúncias contra "eles" e fechamos os olhos.

Estamos perdendo nosso futuro, pois há anos não nasce um Frontinense e poucos levantam a voz.

Perdemos, perdemos, perdemos e perdemos, pois a fórmula continua simples e certa como a matemática.

Sem educação = sem consciência
Sem emprego formal + contratados da prefeitura = votos
Sem auto estima + sem identidade = vida de gado.

Basta !!!!!!

Recuperemos primeiro nossa identidade, chega de ser massa de manobra.
Recuperemos depois nossa auto estima, pois chega de migalhas.
Vamos recuperar nosso tempo perdido, pois o tempo deles já passou.




"As massas nunca se revoltarão espontaneamente, e nunca se revoltarão apenas por serem oprimidas. Com efeito, se não se lhes permitir ter pradões de comparação nem ao menos se darão conta de que são oprimidas." - George Orwell

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